O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebe o rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca nesta segunda-feira (12), por ocasião dos 75 anos de relações diplomáticas entre os países. A guerra entre Israel e o Hamas será o tema central do encontro, segundo anunciado pela Casa Branca. Esta será a primeira vez que Biden e Abdullah se encontrarão desde o início da guerra.

Luciana Rosa correspondente da RFI em Nova York

Uma explosão no Hospital Al-Ahli,em Gaza, obrigou o presidente americano a cancelar a visita que tinha agendada à Jordânia, menos de duas semanas após o início do conflito.

O encontro entre Joe Biden e  Abdullah II ocorre no momento em que os Estados Unidos e os países aliados tentam mediar um cessar-fogo negociando a libertação de mais de cem reféns pelo Hamas.

Os dois líderes irão “discutir a situação em curso em Gaza e os esforços para produzir um fim duradouro para a crise”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em um comunicado anunciando a visita.

Eles devem falar também sobre o “esforço dos Estados Unidos para apoiar o povo palestino, incluindo uma maior assistência humanitária à Gaza e um plano para estabelecer uma paz duradoura que inclua uma solução de dois Estados, e garanta a segurança de Israel", nas palavras do texto da Casa Branca.

A rainha Rania acompanha o rei da Jordânia na visita a Washington.

Momento da reunião é chave para conter expansão do conflito

A reunião entre os dois líderes acontece após três militares americanos terem sido mortos durante um ataque de drone à base americana na Jordânia, na fronteira com a Síria.

A Resistência Islâmica, um grupo guarda-chuva de militantes apoiados pelo Irã, reivindicou responsabilidade na ação e, em represália, os Estados Unidos lançaram uma série de ataques aéreos contra o grupo na Síria e no Iraque.

Existem cerca de 3.000 soldados americanos baseados na Jordânia, um aliado chave dos Estados Unidos na região.

Além disso, um líder militar do Hezbollah libanês foi morto em um ataque israelense no sul do Líbano na semana passada, em meio a temores sobre a ampliação do conflito na Faixa de Gaza. O homem "desempenhava um papel de liderança na direção das operações militares no sul" e teria tido envolvimento no planejamento do ataque às tropas americanas, de acordo com um chefe da segurança libanês.

O papel da Jordânia em Gaza

Em janeiro, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, encontrou-se com Abdullah em Amã e o monarca jordano pediu ao diplomata para pressionar a Casa Branca por um cessar-fogo em Gaza.

A Jordânia é um dos países que têm enviado suprimentos médicos e ajuda humanitária à Faixa de Gaza; foram três envios desde o início da guerra. Além disso, a Jordânia criou um hospital de campanha em Khan Younis, no sul de Gaza, para ajudar a socorrer os feridos.

Abdullah criticou Israel recentemente, alegando que o país estava impedindo a entrada de ajuda no enclave devastado pela guerra e, em protesto, retirou seu embaixador do país em novembro.