No programa de hoje, falamos sobre duas questões técnicas, mas que tem sido usadas com muita intensidade pelo marketing político, para o bem e mal. Primeiro falamos de compras públicas, seja de leite condensado, pizza, goma de mascar, lagosta ou torneiras de ouro. Como evitar que compras governamentais ultrapassem o limite do razoável? E em seguida falamos sobre o voto eletrônico, um dos orgulhos da democracia brasileira, mas que se tornou uma das teorias da conspiração favoritas de Bolsonaro.


O mote para falarmos sobre compras públicas surgiu na semana passada, quando estourou o escândalo do leite condensado. A partir de uma reportagem do portal Metrópoles, veio à tona o volume imenso de compras de alimentos pelo governo federal: quase R$ 2 bilhões em 2020. O portal fez um levantamento a partir do Painel de Compras do governo federal, disponível na internet, olhando especificamente os alimentos comprados. E, pra surpresa de todo mundo, surgiram itens como leite condensado, chiclete, pizza, pipoca. A imensa maioria dessas compras é feita pelo Comando do Exército - como Bolsonaro alegou, o leite condensado serve pra dar energia pros soldados e o chiclete, para a higiene oral. E ele ainda mandou a imprensa enfiar o leite condensado vocês sabem onde, ao reclamar que ele não comprou nada disso.


Essa história nos leva a pensar no velho dilema das compras públicas. Muitas e muitas vezes rolam polêmicas, tanto na esfera nacional, como local. Pra demonstrar isso, trouxemos muitas histórias de gastos polêmicos, incluindo alguns aqui do Ceará - você lembra do voo da sogra? E da inauguração do Centro de Eventos com Plácido Domingo? Falamos dessas e de outras histórias.


Em seguida falamos sobre o voto eletrônico. Afinal, as eleições nos Estados Unidos, há poucos meses, se tornaram meme aqui no Brasil pela demora na apuração - sendo que por aqui nos orgulhamos de ter um sistema eleitoral rápido o suficiente para fazer o levantamento dos votos em poucas horas, quase sempre sem suspeitas de fraudes, graças ao voto eletrônico, implantado no país desde 1996.


Mas quem disse que esse orgulho nacional é unanimidade. A dúvida sobre a segurança da votação começou a rondar a esfera pública nos últimos anos, alimentada sobretudo por Bolsonaro, que afirma que, mesmo ganhando, foi vítima de fraude na votação e diz que tem provas. Ele inclusive foi intimado a apresentar tais provas pela justiça, mas até agora não mostrou nada.


Claramente, como Bolsonaro demonstrou em mais de um momento, esse será um dos problemas das eleições de 2022. Ele e seus apoiadores ficarão repetindo aos quatro ventos que a eleição poderá ser fraudada, colocando lenha numa fogueira golpista. Sim, Bolsonaro deixa no ar que pode não aceitar o resultado das eleições, caso não seja implementado o voto impresso, assanhando a turma que defende o golpe de estado. Por isso mesmo, decidimos falar desse assunto. Afinal, podemos confiar mesmo no nosso sistema eleitoral? Como podemos argumentar para demonstrar a seguraça do voto eletrônico?

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Produção: Inês Aparecida, Hébely Rebouças e Kamila Fernandes

Estúdio de gravação: Pro Produções

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Trilha sonora: Barruada Gagá (Breculê)