Suspense gostosinho: 5 filmes nacionais para você conhecer

[NÃO CONTÉM SPOILERS] Como você lembra do Halloween de 2020? Pois é. Acho seguro dizer que 2020 foi inteiramente um grande terror. Então, ninguém estava no ânimo de comemorar o queridinho Dia das Bruxas. Agora, em 2021, as pessoas estão recuperando o amor pela data e a vontade de celebrar o medo. Inclusive, o ano... Continuar Lendo →

[NÃO CONTÉM SPOILERS]

Como você lembra do Halloween de 2020? Pois é. Acho seguro dizer que 2020 foi inteiramente um grande terror. Então, ninguém estava no ânimo de comemorar o queridinho Dia das Bruxas. Agora, em 2021, as pessoas estão recuperando o amor pela data e a vontade de celebrar o medo. Inclusive, o ano foi recheado de obras com histórias de horror muito bem escritas, tanto no cinema quanto nos serviços de streaming. Se quiserem, posso fazer um texto sobre isso também.

O tema de hoje, como vocês já viram pelo título, é tupiniquim. Só que não irei falar dos filmes brasileiros de terror – que são muitos e também precisam ser mais valorizados. Eu vou comentar das obras de suspense, que muitas vezes são esquecidas no churrasco porque possuem produções discretas e independentes.

Antes de tudo, quero comentar que esse governo federal de merda tem um objetivo óbvio de destruir a cultura brasileira. Tanto que o incêndio que atingiu a Cinemateca poderia ter sido evitado, assim como tantos outros desastres, incluindo as mais de 600 mil mortes por COVID-19.

Enfim, é por essa razão (e outras que atravessam os anos) que muitos brasileiros têm preconceito com o cinema nacional. Acho engraçado como as medidas são diferentes quando eles colocam filmes estadunidenses e filmes nacionais lado a lado na balança. Por exemplo, os filmes recentes sobre a Suzane von Richthofen foram criticados antes mesmo de serem lançados porque parte do público disse que eles iriam glamourizar o crime. Isso é uma baita hipocrisia, pois esse mesmo público adora consumir filmes estrangeiros de assassinatos e conteúdos de crimes reais. E aí, Brasil?

Bom, desabafo feito. Agora é hora de listar os filmes. Então, fica por aí para descobrir quais são eles e assim ampliar o seu acervo mental de obras nacionais ou comentar quais são seus favoritos e quais estão faltando. Ah, e essa lista tem uma ordem para variar! Eu vou colocar em ordem crescente, ou seja, dos filmes que eu menos gosto até os que eu mais gosto, lembrando que na real eu curto todos eles, senão nem os colocaria aqui. É isso, vamos lááá!

5- Isolados (2014)

O meu quinto filme escolhido é dirigido por Tomás Portella e protagonizado por Bruno Gagliasso e Regiane Alves. Aliás, esse foi o último filme do saudoso José Wilker, que faz uma pontinha em um flashback do personagem principal.

A obra conta a história de um casal estranho que decide passar um tempo em uma daquelas casas isoladas no meio do mato. Primeiramente: não entendo porque as pessoas acham sensacional ficar em lugares tão afastados de tudo. Quer dizer, eu entendo. Eu sei que é bom não ter que lidar com outros humanos (vizinhos) e aproveitar a paz da natureza sem encheção de saco. Só que eu me sentiria extremamente insegura e vulnerável em uma casa longe de tudo. É exatamente o que acontece com o casal.

Acho legal dizer que parte do suspense do filme é baseado em uma história bizarramente real. Já que entre 1991 e 1995, os irmãos Ibraim e Henrique de Oliveira assassinaram e violaram os corpos de pelo menos oito pessoas em Nova Friburgo (RJ). Até hoje eles são conhecidos como os “irmãos necrófilos”. Apesar de o filme usar esses acontecimentos como premissa, eles não são o ponto central.

A principal questão aqui é o psicológico do casal, que desde o início demonstra ter uma dinâmica problemática com um passado acinzentado. Quando as coisas apertam, eles precisam encarar a si mesmos e enfrentar todos os medos que estavam entre eles há muito tempo. Então, espere momentos de tensão, desconforto e confusão.

Disponível na: Netflix e Telecine

4- Alucinados (2008)

Na quarta colocação temos um filme pouco lembrado pelas pessoas, mas que possui muitas cenas agoniantes, principalmente porque sabemos que a situação ocorrida na obra é super real.

Basicamente, o longa dirigido por Roberto Santucci conta a história de três pessoas: o Casé (Cláudio Gabriel), o Sapeca (Sílvio Guindane) e a Júllia (Mônica Martelli). Tanto o Casé quanto o Sapeca vivem de forma difícil, assaltando pessoas para comprar drogas. Júlia, por sua vez, é uma típica mãe de classe média alta. Quando os criminosos decidem realizar um sequestro-relâmpago com ela, a situação fica bem feia.

Se você acha que o foco aqui está apenas no crime em si, prepare-se. Ao longo do filme, Júlia vai descobrindo que a dinâmica entre os três vai além do sequestro e envolve questões mais profundas do que parecem.

Eu gosto muito de filmes que dão complexidade e humanidade para seus personagens, mesmo sem passar a mão na cabeça deles. É o que acontece com Alucinados. Os protagonistas e as situações são cheias de camadas mais profundas do que o próprio filme pode mostrar, mas basta prestar atenção para entender.

Disponível na: Netflix e Telecine

3- Confia em mim (2014)

Quer um filme que tenha suspense, mas não seja pesado e incômodo demais? Então, você vai curtir este aqui. Ele é curtinho e não enrola muito para desenvolver a trama. Mesmo assim, ele consegue nos fazer simpatizar com a protagonista Mari (Fernanda Machado), que é uma sub-chef de cozinha muito talentosa, mas insegura. Ela sonha em ter seu próprio restaurante, mas não tem condições financeiras de fazer isso.

É aí que entra o Caio (Mateus Solano), um cara aparentemente legalzão, que logo consegue se aproximar e criar um relacionamento amoroso com a Mari. Com toda sua lábia, ele convence a moça a pedir dinheiro emprestado para abrir o seu desejado restaurante. A partir daí, as coisas começam a dar errado para a chef.

Eu acho que é uma obra bem redonda que te deixa com um sorriso no rosto quando acaba. Além do suspense, quero pontuar também a amizade feminina importante para a trama e o alerta a todas as pessoas que confiam rápido demais em alguém.

Disponível na: Netflix e Globoplay

2- O Animal Cordial (2017)

Ao contrário do filme anterior, este aqui é um tiro atrás do outro (literalmente). Ele se passa todo dentro de um restaurante e contém poucos personagens – características que eu aprecio muito. Resumidamente, a trama é sobre um assalto que dá errado e as consequências disso para todos que estavam no estabelecimento naquele momento.

A obra é muito bem dirigida por Gabriela Amaral e tem ótimas atuações do elenco principal, que conta com Luciana Paes, Irandhir Santos, Murilo Benício e Camila Morgado – você sente a dedicação deles aos personagens. Além disso, o roteiro constrói muito bem a relação entre o chefe e os funcionários, que é regada de tensão. Na verdade, o filme inteiro é tenso e bem sufocante, com sequências densas tanto psicologicamente quanto fisicamente falando.

Quem curte filmes com personagens mentalmente ferrados agindo de maneiras inesperadas vai adorar O Animal Cordial. O longa não dá muito tempo para você respirar, pois até os momentos mais reflexivos são cheios de significados pesados. Então, vá preparada.

Disponível na: Netflix, Globoplay e Apple TV.

1- O Lobo Atrás da Porta (2013)

O campeão da minha lista é um dos suspenses mais famosos do Brasil, que representa muito bem a história real de um crime que é comentado até hoje. Não posso falar muito desse crime, pois seria spoiler do filme. Então, não pesquise sobre “a Fera da Penha” antes de assistir ao filme todo.

A trama é sobre o casal Sylvia e Bernardo (Fabiula Nascimento e Milhem Cortaz), cuja filha desaparece de repente, e Rosa (Leandra Leal), a amante de Bernardo. A relação entre esses três personagens possui camadas complexas que irão gerar consequências terríveis para todos os envolvidos.

As atuações aqui são excelentes e o roteiro captura bem todas as frustrações pessoais de cada personagem. Basicamente, a obra é um baita estudo sobre a vida da tal família tradicional brasileira, assim como o ciclo de violência e maldade. Ao terminar o filme, você pode se perguntar “de quem é realmente a culpa?” ou “qual é o limite humano para a humilhação?”.

Vá pronta para ficar com a história na cabeça por dias após assistir à obra.

Disponível na: Netflix, Star+ e Apple TV.

A-HA, desta vez eu consegui fazer um texto pequeno. Claro que eu queria falar muito mais, mas como não quero dar spoilers, vou deixar como está. Então, assistam logo aos filmes e depois contem o que acham deles. Quem sabe depois eu volto para falar com mais detalhes e opiniões sobre algumas das obras?

Deixe seus pensamentos nos comentários e obrigada por ler!