2020 definitivamente não foi um ano fácil! Pandemia do corona vírus, derrotas na política, notícias ruins em cima de notícias ruins! No entanto, mesmo em meio à escuridão, sempre tem um resquício de luz no fim do túnel! A luz dourada que salvou 2020 (pelo menos pra mim! hehe) tem nome: Harry Edward Styles, o... Continuar Lendo →

2020 definitivamente não foi um ano fácil! Pandemia do corona vírus, derrotas na política, notícias ruins em cima de notícias ruins!

No entanto, mesmo em meio à escuridão, sempre tem um resquício de luz no fim do túnel! A luz dourada que salvou 2020 (pelo menos pra mim! hehe) tem nome: Harry Edward Styles, o cantor britânico de 26 anos, ex-One Direction, que lançou seu segundo álbum, Fine Line, ainda em 2019.

Então, vou listar aqui alguns motivos pelos quais o Harry deixou esse ano um pouco melhor:

TREAT PEOPLE WITH KINDNESS

É claro que já sabia que devemos tratar as pessoas bem! Mas Harry, usando a frase “Treat People with Kindness” (trate as pessoas com gentileza, em português) em uma das músicas de seu segundo álbum solo Fine Line e na maioria de suas entrevistas, nos lembrou que a gentileza não apenas pode ser “cool”, como também é extremamente necessária em tempos como esses ou em todos os tempos! Como a jornalista Michelle Ruiz, da Vogue, reforçou em seu texto “The Pure Joy of Harry Styles Got me Through 2020” (a alegria pura de HS me ajudou a enfrentar 2020), Harry é como se fosse um emoji de olhinhos de coração em forma humana, sempre com uma vibe amorosa, seja na sua música ou nas suas palavras em entrevistas.

A MODA VAI MUITO ALÉM DO ESTILO

Harry Styles nos bastidores da capa da Vogue de dezembro de 2020.

Levanta a mão aí quem sempre ouviu “Isso aqui é roupa de mulher, e isso aqui é roupa de homem?” Aliás, essa frase pode ser adaptada para muitas situações, não apenas moda. Porém, é importante lembrar que a moda é uma forma de arte e expressão; de construção de identidade e relação com a sociedade. Portanto, quando um homem – primeiro a sair na capa da Vogue na história- aparece com um vestido em uma revista de grande circulação mundial, é sim, bastante emblemático! A fluidez de gênero não é abraçada apenas em capas de revistas ou ensaios fotográficos: ele usa e faz referências a essa escolha e liberdade até no mesmo do seu dia a dia (oi, unhas pintadas coloridas!) e o figurino do seu show, feito pelo designer também fluido Harris Reed. É importante lembrar, como bem destacou Alok Vaid-Menon em seu instagram, que mulheres negras trans fazem todas essas demonstrações diariamente, mas não recebem tantos elogios e destaque como Styles recebera, sendo ele um homem branco. Claro que a capa histórica da Vogue é importantíssima, e representa um sinal de progresso, porém sinalizar o privilégio de Harry é necessário, e o próprio sabe bem e sempre lembra disso.

AINDA VALE A PENA FAZER MÚSICAS MAIS COMPLEXAS

Harry Styles no clipe da música Golden.

O intuito dessa seção do texto não é criticar ou julgar a música ou estilo de ninguém específico, e nem esbravejar que a música de hoje em dia é horrível. Estou aqui, na verdade, pra enaltecer a coragem de quem ainda tenta ser um pouco mais complexo em um mundo dos “plays” rápidos, da cada vez mais escassa compra de álbuns -pelos preços exorbitantes, especialmente no Brasil- o que faz com que se perca a noção de unidade. Contudo, você que está lendo esse texto até aqui deve concordar comigo que as músicas foram se tornando mais facilmente palpáveis com o tempo, com menos camadas de sonoridade, melodia, mais curtas e encaixáveis para a realidade dos streamings e dos singles lançados individualmente, quase como se não pertencessem ao mesmo disco. E isso não é problema! Mas daí que Mr Harry Styles lança a faixa título de seu último álbum Fine Line, música de quase sete minutos. E não é só o tempo de duração que a deixa mais complexa e interessante, mas sim a letra simples, porém robusta e potente, e com a melodia que começa em consonância com a letra, com a predominância de instrumentos de cordas, mas que vai ganhando estratos de heterogeneidade e contraste com a adição de trompetes e outros instrumentos de sopro, inaugurando uma aura feliz e festiva para a canção que parecia triste e melancólica no início. Enfim, a linha tênue que separa a tristeza e a felicidade, a síntese do segundo disco do cantor.

“We’ll be alright”

NÃO HÁ VERGONHA NENHUMA NO SEU PASSADO, TENHA ORGULHO DELE!

Harry no show para Capital FM em 2019 cantando "What Makes you Beautiful" sucesso do One Direction.

É comum, por vezes até esperado, ouvir de alguns artistas que fizeram suas carreiras em bandas, e depois de um tempo, seguirem carreira solo, lamentarem sua estada em tais grupos, e dizerem que tudo que viveram lá não tem nada a ver com eles ou elas. Pois, ocorre bem o contrário no caso de Harry que não só exalta o seu período na banda One Direction. Em muitas entrevistas, quando questionado sobre seu período em 1D, que o lançou para o sucesso desde sua participação no programa de X- factor em 2010, ele diz não só ter se divertido nos seus cinco anos de banda, como apreciar muito a música que faziam, mesmo sendo bem diferente do que ele faz hoje em dia na carreira solo. Talvez o mais bacana disso tudo seja o fato de Harry Styles exaltar muito o público adolescente que lhe deu notoriedade e o sucesso que tem hoje:

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Trecho de entrevista de Harry para revista Rolling Stones americana.
Créditos da imagem e arte: Delirium Nerd.

CRIATIVIDADE E INSPIRAÇÃO

Harry em entrevista vestindo o cardigã que virou sucesso entre os fãs.

Não é preciso muito esforço e nem um grande trabalho de marketing para que qualquer coisa que Harry use vire moda ou tendência rapidamente. Você não vai ver Harry fazendo publis explícitas dos produtos, designers e marcas que usa (com exceção de algumas campanhas da marca Gucci), ou se gabando de ser um ícone fashion em cada entrevista que dá. Ele funciona, na verdade, como um influencer quase silencioso: ele aparece como produto, e o produto rapidamente vira tendência. Foi o que aconteceu com o cardigã criado pelo designer J W Anderson: o sucesso foi tão grande que o estilista forneceu gratuitamente em seu site os padrões de sua peça para que os fãs pudessem reproduzir sozinhos. Mas não são só as roupas que os fãs “copiam”, temos também os looks, acessórios e as famosas unhas coloridas.

Além da inspiração para o visual, as músicas de Harry também ajudam seus entusiastas a criarem suas próprias histórias. Muitas fanfics foram produzidas inspiradas nas canções de Harry, como a fã que escreveu sobre um belo conto de amor baseado na música Golden.

Enfim, inspiração e criatividade estimuladas em vários departamentos e os exemplos são inúmeros. No entanto, o mais importante é que Harry nos lembra que devemos ser felizes e livres nas nossas próprias peles, identidades e personalidades. Esse é o maior aprendizado desse ano de 2020 que ele me ensinou, e pretendo levar comigo de 2021 em diante!

Ouça essa playlist bem legal do Harry, 1D e demais membros

Ouça esse podcast da DELIRIUM NERD sobre artistas que desafiam estereótipos de gênero