Bom momento querido ouvinte, eu sou Guilherme Andrade e esse é mais um Remix. A ideia é fazer uma crônica com áudio dramatizado. O texto do áudio e as músicas usadas no podcast estão abaixo. Músicas da Playlist: Sigo na Sombra - B.K. CeR Interlúdio I - B.K. Quadros - B.K. part. Ashira e Luccas Carlos Download: Download Media Fire Download 4Shared Espera Música: Sigo na Sombra. Hoje preciso resolver um problema no banco. Infelizmente, apesar de toda tecnologia, certos serviços tem que ser feitos direto na agência. Para passar o tempo ouço música. Agora tudo é com senha, na entrada o moço que fica no guinchê entrega um papel com o número de acordo com o serviço solicitado. Vou a bancos desde criança, acho que tinha doze anos quando fui descontar o primeiro cheque. Não sabia como funcionava, me lembro da mãe pedir isso e eu apenas ir sem perguntar nada. Quando cheguei lá descobri que cada cheque deve ser descontado em sua agência correspondente. Nesse dia conheci a burocracia. Naquela época não existia senha eletrônica, era fila. Tinha a fila comum e a do caixa rápido. Hoje em dia da pra ficar sentado enquanto espera, o problema são os idosos, nunca vi lugar pra ter idoso como banco, parece que não tem nada pra fazer em casa e eles vão pagar as contas da família toda. Mas tudo bem, não adianta ficar nervoso, achar ruim ou reclamar, as coisas são assim por um motivo. No fim das contas acabamos acostumando. Música: CeR Interlúdio I. O ser humano é o bicho que mais se adapta a um ambiente ou situação, tem gente no deserto e no gelo. Uma vez vi uma reportagem sobre uma comunidade que vive no pantanal, na época da cheia eles criam uma espécie de balsa para que as criações não fiquem na água. As próprias casas são construídas nesse sistema também, somos capazes de muita coisa quando é exigido. Adaptar e acostumar são duas coisas que parecem similares, mas não são. Adaptar é criar uma solução para uma situação indesejada, é buscar saída para se ter uma condição melhor. Acostumar é simplesmente não ligar para o que está acontecendo até isso se torne normal. Claro que existem situações que não tem o que fazer. Eu nasci numa cidade do interior de Minas Gerais, quando fui morar no litoral a primeira coisa que me incomodou foi o cheiro de mar e peixe em todos os pontos da cidade. Porém não se tinha o que fazer. Acostumei, depois de alguns meses não sentia diferença, é como uma pessoa que mora perto da linha do trem, ou tem cachorro que late muito a noite. Com o tempo nem se ouve mais e até sente falta depois que as coisas mudam. O problema de acostumar é quando a situação deve ser mudada, mas por falta de vontade acabamos deixando a água rolar. Estamos acostumados com a burocracia, com o jeitinho, com o político que aparece só em ano de eleição. Estamos acostumados a torcer pelo Brasil, é estranho ter copa e a rua não estar enfeitada. Este ano tive uma sensação diferente ao não ver o comercio em verde e amarelo, acho que só vi camisas da seleção nas bancas na semana de estreia da copa. Música: Quadros Naquela semana que os caminhoneiros fizeram greve vi como o ser humano é acostumado. Eu não tenho carro, então a princípio não estava ciente da situação dos combustíveis. Lembro que ao de sair de casa pela manhã vi filas nos postos de combustíveis. No menor sinal de falta de gasolina, vários foram abastecer, pois estão acostumados a só locomover com carro. No mesmo final de semana teve festa na igreja, o movimento foi pequeno, conversando com um conhecido tive a justificativa que o baixo movimento era por causa da falta de gasolina. Descobri que o ser humano é movido a petróleo. O Michael outro dia indicou no Papo de Calçada um livro sobre apocalipse Robô, é bem capaz mesmo de pararmos nessa situação. Se for pra apostar em um senário provável, escolheria o do filme Wall-e. Eles foram capazes de criar super naves de cruzeiro espacial para fugir do nosso planeta, pois estava cheio de lixo e inabitável. O que ficou na terra foi um bando de robô fazendo a limpeza do local. A população vai ficar obesa, e não adianta os geração saúde se esforçar pra convencer os gordos de hoje a mudar de vida. A indústria alimentícia injeta sódio, gordura e açúcar nos alimentos industrializados em proporções criminosas. Ainda assim, nos grandes centros são criados muito mais restaurantes de fast-food. Ninguém tem tempo para cozinhar, o patrão manda embora se demorar na hora do almoço, e a fila de desempregados só cresce a cada dia. Acostumamos a tudo, desde a senha eletrônica até ao sanduíche de colesterol. Só não percebemos o caminho que seguimos com isso. É melhor se adaptar, pois tudo muda e no final quem sabe o que é melhor? Meu número foi chamado, está na hora de resolver os problemas. Links de Acesso: https://papodecalcadapodcast.blogspot.com.br/ https://facebook.com/papocalcada/ https://twitter.com/papocalcada/ https://mixcloud.com/papocalcada/ E-mail: [email protected] Feed do Podcast