O presidente americano, Joe Biden, e seu rival Donald Trump serão testados nas urnas em mais uma rodada das eleições primárias americanas nesta terça-feira (2). A votação será realizada em Wisconsin, Nova York, Connecticut e Rhode Island tanto para republicanos, quanto para democratas. 

Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova York

Com os candidatos de cada partido praticamente definidos, as primárias americanas se tornaram uma espécie de termômetro do humor do eleitorado diante da repetição da disputa de 2020. Biden e Trump são os únicos candidatos importantes que permanecem nas cédulas, mas eles não são as únicas opções de voto dos eleitores. 

Em Nova York, por exemplo, um movimento chamado "Leave it Blank", está tentando mobilizar os eleitores democratas a votar em branco para protestar contra o posicionamento do governo americano com relação ao conflito na Faixa de Gaza. 

O voto de protesto teve início em Michigan, onde 101 mil eleitores democratas optaram pelo voto “descomprometido” nas prévias de fevereiro. Eles foram seguidos por outros cerca de 263 mil eleitores nos cinco estados que votaram na Super Terça.

Nova York também será palco de manifestação

Apesar de ser um estado considerado liberal e com tendência democrata, Nova York não pretende ser um páreo fácil para o atual presidente. A cidade tem sido palco de diversas manifestações pró-Palestina desde o começo da guerra entre Israel e o grupo Hamas. 

Um novo protesto está marcado para ocorrer na tarde desta terça (2) e estima-se que Biden possa sofrer uma nova advertência nas urnas nos comícios de hoje. 

"Cada voto em branco mostra que não somos apenas manifestantes nas ruas - somos eleitores dispostos a comparecer às urnas", dizia uma publicação do movimento nas redes sociais.

Na tarde da última sexta-feira (29) , o grupo esteve em algumas mesquitas do Queens, distribuindo panfletos e instruindo a população a votar em branco. 

Segundo a campanha "Leave it Blank", “a cada dia que Biden se recusa a parar o fluxo de armas e pedir o cessar-fogo, ele está atrasando a construção de uma coligação diversificada que será necessária para vencer em novembro, e optando por colocar a democracia em risco.”

Disputa-chave em Wisconsin

Nas prévias presidenciais de Wisconsin, a disputa agora tem menos a ver com ganhar delegados e mais com pavimentar o caminho para  conquistar o estado que será crucial em novembro. De olho nisso, o presidente Joe Biden escolheu Milwaukee, a maior cidade de Wisconsin, para anunciar o investimento de US$ 3,3 bilhões em infraestrutura para mais de 40 estados, no último dia 13 de março. O atual presidente também aproveitou a viagem para inaugurar a sua sede de campanha estadual, também em Milwaukee.

Já o seu concorrente, Donald Trump, deve fazer sua primeira visita de campanha ao estado nesta terça, para participar de um comício em Green Bay. Além disso, Milwaukee será o palco da Convenção Nacional Republicana que acontece em julho. 

Wisconsin está em constante disputa entre republicanos e democratas. Diferentemente de outros estados, a preferência no local tende a oscilar entre conservadores e progressistas

Nas eleições de 2016, por exemplo, Donald Trump superou a democrata Hillary Clinton em Wisconsin por 22.748 votos, uma margem de apenas 0,76 pontos percentuais. Quatro anos depois, Joe Biden venceu por uma margem ainda mais apertada de 20.682 votos, ou 0,63 pontos percentuais.