Ao contrário das antecessoras primeiras damas—as duas últimas ainda mais conservadoras, que reproduziam os estereótipos femininos de "bela, recatada e do lar", como Michele Bolsonaro— a Rosângela da Silva, Janja, que assumiu o posto de primeira dama no dia 1º de janeiro, tem trajetória profissional e acadêmica, de maneira independente do projeto político do seu marido, Lula. Ela já disse, inclusive, que vai "ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama.” Mas, afinal, historicamente, o que é ser uma primeira dama? Porque não existe o cargo de primeiro-cavalheiro?


Neste episódio, falamos sobre o papel da primeira-dama e qual o lugar que a Janja pode ocupar. Como pensar num estado que cuida e descentraliza o cuidado como responsabilidade das mulheres? É possível reconstruir o cargo de primeira dama tão engessado na história política brasileira? 


Para essa conversa, Ester Pinheiro convida a duas pesquisadoras, Dayanny Rodrigues e Gloria Rabay, que se debruçam sobre a história das primeiras damas no Brasil. 


Recomendações de leitura: 


 "Primeiro Damismo" no Brasil: uma história das mulheres na cultura da política nacional (1889-2010), Dayanny Rodrigues


 As prefeitas paraibanas de 2012 a 2016: o ser primeira dama e a construção de capitais políticos, Gloria Rabay e Dayanny Rodrigues