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Setembro terminando e trazendo como balanço a desvalorização nas principais Bolsas do mundo. E foi assim na Europa e no Stoxx 500, nos indicadores americanos e na Bovespa, que fechou o mês com desvalorização de 6,56%.


Os motivos já conhecemos de muito tempo. No cenário externo, a variante Delta da covid-19 preocupando e interrompendo a recuperação mais acentuada das economias, a inflação grassando em todo planeta e bancos centrais arquitetando como farão a retirada de estímulos, o tapering. Aqui, além de tudo isso e de uma inflação que não parece ser tão transitória como no exterior, nossos problemas não foram solucionados. Precatórios sem definição, inflação também alta, dívida bruta de 82% do PIB, quadro fiscal deteriorado, governo e parlamentares buscando bondades visando às eleições do próximo ano (e só no final de 2022); além de todos os ruídos políticos de setembro, começando pelas manifestações de 07/09.


Hoje, virada de mês, inevitável que tudo isso aflorasse e Bolsas da Europa terminaram o dia em queda, mercado americano passando para o negativo, petróleo sem encontrar tendência mais consistente e, aqui, dólar com grande volatilidade e pressionado, ainda que os indicadores de conjuntura divulgados tenham mostrado melhora no curto prazo.


Na China, o governo voltou a injetar recursos no sistema financeiro no montante de US$ 15,5 bilhões, na véspera do feriado de uma semana, o que compromete a liquidez e formação de preços, principalmente das commodities. Além disso, temos que considerar as interferências regulatórias e de mercado, e o governo estudando medidas para aumentar o fornecimento de energia, que anda escassa.


Na Alemanha, a inflação preliminar medida pelo CPI de setembro anual de 4,1% (previsão era 4,2%), mas no mês ficou estável. Já o Banco Mundial diagnosticou que commodities e juro alto podem piorar a dívida dos países pobres.


Nos EUA, os pedidos de auxílio desemprego da semana anterior subiram 11.000 posições para 362.000 (previsão era de 335.000), e pedidos continuados com uma semana defasada encolheram 18.000 posições, para 2,8 milhões. O PIB do segundo trimestre na terceira leitura ficou em 6,7%, de projeção de 6,6%. O deflator de preços do consumo (PCE) do segundo trimestre em 6,5% e núcleo em 6,1%. O ISM de Chicago caiu para 64,7 pontos em setembro, vindo de anterior em 66,8 pontos.


O dia foi de dirigentes do FED falando ao longo de todo o dia. Jante Yellen, secretária do Tesouro, e Jerome Powell, do FED, repetiram na Câmara o discurso de ontem no Senado. Outros dirigentes regionais também falaram sobre tapering e necessidade de contrair a liquidez do sistema financeiro. Nancy Pelosi prometeu aprovar hoje medida que evita a paralisação do governo e o Senado tem votos para aprovar a suspensão do teto da dívida.


No mercado externo, o petróleo WTI, negociado em NY, mostrava alta de 0,31%, com o barril cotado a US$ 75,06. O euro era transacionado em queda para US$ 1,156, e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,52%. O ouro e a prata dentro de quadro de busca por proteção tiveram dia de boa alta na Comex, e commodities agrícolas com desempenho misto na Bolsa de Chicago. O minério de ferro é que, na véspera do ferido chinês e com o incidente em mina da Austrália, registrou alta de 4,47%, com a tonelada em US$ 119,23.