Não pretendo ler mais Machado de Assis, a não ser nos seus afamados contos. Talvez, também o começo do Dom Casmurro, do qual já li crítica que me despertou a curiosidade.

Não pretendo mais lê-lo, por vários motivos: acho-o antipático de estilo, cheio de atitudes para “embasbacar o indígena”; lança mão de artifícios baratos, querendo forçar a nota da originalidade; anda sempre no mesmo trote pernóstico, o que torna tediosa a sua leitura. Há trechos bons, mas mesmo assim inferiores aos dos autores ingleses que lhe serviram de modelo. Quanto às ideias, nada mais do que uma desoladora dissecação do egoísmo, e, o que é pior, da mais desprezível forma do egoísmo: o egoísmo dos introvertidos inteligentes. Bem, basta; chega de Machado de Assis.

Hamburgo, 15 de agosto de 1939

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